O transporte de carga viva é um dos mais importantes da cadeia logística e do mercado em geral. Somente em 2021, o mundo exportou cerca de 2,4 milhões de toneladas de bovinos vivos, o que representa aproximadamente 20% de todo o comércio internacional de bovinos – entre animais vivos e carnes.
O Brasil, aliás, é um dos principais produtores mundiais neste segmento, com 16,8% do volume produzido, atrás apenas dos Estados Unidos. Os números refletem a importância desse tipo de carga para a economia nacional e internacional e, consequentemente, a complexidade do transporte.
Embora na cadeia logística todo tipo de mercadoria tenha a sua especificidade, o transporte de carga viva demanda atenção e cuidados redobrados. A diferença pode ser notada já no modelo de caminhão, que precisa ser adequado para esse tipo de deslocamento.
Entenda o que é carga viva
O transporte de carga viva, que pode ser feito com várias finalidades, como abate ou revenda, consiste no deslocamento de animais em geral.
No Brasil, bois, aves, vacas, porcos e cavalos, por exemplo, são os bichos mais transportados e cada uma dessas espécies têm necessidades diferentes – de espaço, alimentação, entre outros. Afinal, são seres vivos e, como nós, precisam de cuidados durante todo o trajeto, especialmente nos mais longos.
No caso dos caminhões ou carretas, por exemplo, além do espaço modificado, o motorista e seu ajudante devem ter o treinamento adequado. O cuidado, que pode parecer extremo a princípio, garante a integridade física dos animais, evitando danos e até mesmo a morte – o que resultaria em custos e penalidades jurídicas para a empresa responsável pelo transporte.
Dicas para transporte de carga viva
Recentemente, o transporte de carga viva passou a ter novas regras em resposta às entidades defensoras de animais, que denunciavam as más condições dos transportes. É exigido, por exemplo, que o deslocamento seja realizado em caminhões truck ou carreta, com um sistema de controle de temperatura e ventilação.
Mas, atenção: cada tipo de animal transportado demanda de um tipo de carroceria diferente:
- Animais de grande porte, como bois e cavalos: carroceria boiadeira;
- Animais de pequeno porte, como galinhas: carroceria gaiola.
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Aliado a isso, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento criou um manual com informações e orientações sobre como deve ser feito o transporte de carga viva, com base nas normas exigidas pela legislação brasileira.
A ideia é garantir o conforto e segurança dos animais, mas também garantir que a mercadoria chegue ao seu destino sem danos ou perdas. Confira algumas dicas abaixo.
- Faça as adaptações necessárias para que o caminhão esteja adequado para transportar animais. Isso inclui piso antiderrapante e uso de uma serragem mais grossa para evitar que os animais machuquem os olhos ou a pele;
- Certifique-se de que há espaço suficiente para os animais viajarem confortavelmente;
- Providencie água suficiente para todo o trajeto;
- Nunca transporte mais de um tipo de animal por vez. O mesmo vale para outras mercadorias;
- Garanta que os veículos tenham uma abertura para embarque e desembarque com um mecanismo de travamento. Isso garante a rápida retirada dos animais em casos de emergência;
- Faça com que os animais entrem e saiam em fila e devagar, para que possam se organizar corretamente.
- Exija o treinamento da equipe, já que existem protocolos de cuidados a serem seguidos durante o transporte e as pessoas precisam saber como proceder durante a viagem para garantir o bem-estar e a saúde animal.
O transporte de carga viva requer cuidados extras do início ao fim. Mais do que atender às normas, a atenção ao deslocamento desse tipo de carga passa por uma questão ética – o que justifica a complexidade envolvida.
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